Palestra 8

EDGAR DUTRA ZANOTTO
VIDROS: OS OLHOS DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PALESTRA
Desde a revolução científica do século XVII os vidros são conhecidos como os “olhos” (microscópios e telescópios) da ciência e tiveram um papel absolutamente fundamental na vida cotidiana, desde elementos puramente artísticos, até utensílios domésticos e outros de altíssima tecnologia. Já existem mais de 400.000 formulações de vidros inorgânicos, não metálicos, registradas, além de muitas outras de vidros orgânicos e metálicos. Nesta palestra abordaremos a proficiência - atividades de pesquisa e visibilidade - da ciência de materiais vítreos produzida no Brasil, desde o primeiro artigo publicado. Discutiremos também uma moderna definição de vidros [The glassy state of matter: Its definition and ultimate fate, J. Non-Crystalline Solids 471 (2017) 490-495], para esclarecer a sua real natureza, ainda pouco conhecida pela comunidade científica.
Os vidros sintéticos foram descobertos há cerca de 6.000 anos, mas demonstraremos que novas formulações e aplicações não cessam de surgir, como as fibras ópticas, o fantástico Gorilla Glass dos smartphones e outras menos visíveis, como vidros para uso em medicina e odontologia, vidros que absorvem calor, vidros para visão noturna, e para correção de daltonismo. Apresentaremos também algumas questões curiosas, como, por exemplo: será que os vidros de catedrais medievais estão escorrendo? E, finalmente, oportunidades de pesquisas a respeito desses maravilhosos materiais.
Formado em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos e possui doutorado em Cerâmicas Vítreas e Polímeros pela Universidade de Sheffield, Grã Bretanha. Atualmente é professor do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar. O professor Zanotto criou e coordena o Laboratório de Materiais Vítreos (LAMAV) na UFSCar. Tem mais de 200 artigos e 3 livros publicados.
O professor já foi agraciado com o prêmio brasileiro mais importante de pesquisa, Prêmio Almirante Álvaro Alberto, possui cinco das mais importantes premiações internacionais relacionadas à pesquisa do vidro, além de um prêmio ofertado em seu nome. É conselheiro emérito e diretor da Sociedade Brasileira de Cerâmica, e também representa o Brasil na Federação Internacional de Cerâmicas.